Era um mês de outubro em São Paulo, tempo de flores e dias nem muito quentes nem muito frios, e a criançada só falava no concurso de figurinhas de futebol. Deu mania,mania forte, dessas que ficam comichando o dia inteiro na cabeça da gente e não deixam pensar em mais nada quem enchia o álbum ganhava prêmios bons e jogava-se abaga pela cidade: São Paulo estava de cócoras batendo e virando. Batia-se de concha, de mão mole, de quina, com efeito, de mão dura, conforme o tamanho do bolo, o jeito do chão e o personalíssimo estilo de cada um. Na Escola primária Três Bandeiras o sino anunciou o recreio e o Edmundo saiu voando da classe para encontrar o Pituca no pátio. Os dois estudavam no admissão, mas o Edmundo estava no 5º ano A e o Pituca no 5º ano B, e não tinham podido conversar ainda naquela manhã. Edmundo estava aflito; faz dois meses que só faltava o Rivelino para encher o álbum e poder ir lá na fábrica receber o prêmio. Comprara toneladas de envelopinhos e o Rivelino não saía, virou a cidade nos abafas até de Vila Matilde e do Tucuruvi e num dua foi num treino do Corinthians falar com o próprio Rivelino, inutilmente, porque o jogador também colecionava e não conseguia encontrar a figura dele mesmo. continua..........