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Neonazismo no Brasil
Hoje existem mais de uma dezena de grupos neonazistas operando no Brasil, congregando um total estimado entre dois e três mil ativistas organizados e um grande número de simpatizantes. Encontram-se espalhados sobretudo por São Paulo (com grande concentração na capital paulista e em Santo André), Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal e Espírito Santo. Há indícios de que os grupos estejam começando a se organizar também em algumas capitais da Região Nordeste e no Rio de Janeiro.
São tradicionalmente divididos em duas vertentes: uma mais "intelectualizada" e elitizada, dedicada ao ativismo político e à produção cultural do movimento, congregando profissionais liberais, militares, empresários e universitários (que alega ser herdeira direta dos integralistas da década de 1930); e uma outra mais agressiva, agindo de forma clandestina, composta pelos "carecas" (denominação local dos skinheads), gangues de jovens de origem proletária ou de classe média baixa que frequentemente praticam ataques as minorias (consideradas inferiores) por motivos ideológicos.
Embora mantenham estreitas relações entre si, chegando a congregar indivíduos com dupla militância, os grupos neonazistas brasileiros caracterizam-se frequentemente pela ausência de hierarquia formal e por inúmeras divergências, discórdias e paradoxos quanto à ideologia e objetivos. Há, entretanto, características comuns a todos, sobretudo a apologia à intolerância.
De forma análoga ao movimento internacional, os grupos brasileiros frequentemente professam ideais ultranacionalistas, racistas, xenófobos e discriminatórios e advogam, em maior ou menor grau, o uso da violência. À perseguição de negros, homossexuais, judeus e dependentes químicos, grupos neonazistas também somam outro alvo, os migrantes nordestinos, estabelecendo dessa forma um paralelo adaptado à realidade local da perseguição sofrida por imigrantes africanos, asiáticos e latino-americanos por neonazistas europeus e norte-americanos. Também opõem-se fortemente ao sionismo, aos comunistas e à esquerda política como um todo. Vínculos ideológicos com o nazismo e com o fascismo, assumidos ou dissimulados, também são comuns a quase todos os grupos.
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Grupos
- Carecas do Subúrbio: Seus membros se concentram na Zona Leste de São Paulo e na região do ABC paulista. Apontado como o mais antigo grupo brasileiro, surgiu por volta de 1979, a princípio como um grupo punk, aproximando-se gradualmente da ideologia skinhead em sua vertente britânica. Professam ideais nacionalistas. São contra homossexuais e dependentes químico. Em seu ápice, o grupo chegou a somar cerca de 500 integrantes, mas teve o número de membros reduzidos após sofrer dois "rachas" (cisões), que deram origem aos Carecas do ABC e ao White Power. Hoje, congregaria por volta de 100 militantes. Fazem apologia da violência, portam armas brancas e de fogo. O novo pensamento faz com que seus membros não se envolvam em brigas de gangues à toa. Orgulham-se por aceitar negros e nordestinos em suas fileiras. Admitem mulheres.
- Carecas do ABC: Surgiu como uma dissidência dos Carecas do Subúrbio, ocorrida por divergências ideológicas entre as facções internas. Seus membros, estimados entre 50 e 100 militantes organizados, estão concentrados na região do ABC paulista, principalmente em Santo André, sendo na maioria de origem operária. São apontados como mais organizados e mais "intelectualizados" do que seu grupo originário. Adotam hierarquia baseada na organização militar, com "generais" e "soldados". Aproximam-se dos Carecas do Subúrbio na apologia da violência, mas, ao contrário destes, não portam armas de fogo, tendo no uso exclusivo da força física um pressuposto dos seus ideais. Identificam-se com o integralismo de Plínio Salgado e adotam o lema "Deus, Pátria e Família". Admitem a presença de negros e nordestinos em suas fileiras, mas vetam a entrada de mulheres. Também se opõem à presença de multinacionais em território brasileiro.
- White Power: Surgiu em 1989, originário de uma dissidência dos Carecas do Subúrbio (do qual era a princípio uma facção mais extremada). A maioria de seus membros localiza-se na Grande São Paulo, possuindo também ramificações em toda a Região Sul do Brasil, embora não obedeçam a qualquer tipo de hierarquia. É considerado o mais radical e agressivo de todos os grupos neonazistas brasileiros. Ultra-racistas, adotam quase integralmente a estética e a ideologia nazista/hitlerista. Defendem a superioridade da "raça branca" e manifestam violento repúdio a negros, mulatos, homossexuais, judeus e demais minorias. Notadamente, perseguem os migrantes nordestinos, apontados pelo grupo como "sub-raça", responsabilizando-os pelos problemas sociais e econômicos de São Paulo. Defendem a separação dos estados das regiões Sul e Sudeste do restante Brasil. Com objetivos apologéticos, cultuam os ideais da Revolução Constitucionalista de 1932 e, no Sul, os movimentos locais de caráter separatista, como a Guerra dos Farrapos. É um dos maiores grupos neonazistas brasileiros, congregando mais de mil militantes, a maioria jovens de classe média, bem como profissionais liberais, estudantes e empresários. É também um dos grupos mais "internacionalizados", mantendo contatos com agremiações estrangeiros, sobretudo na Alemanha, Itália e França, e também com a Ku Klux Klan nos Estados Unidos. No Brasil, estão estreitamente vinculados ao Partido Nacionalista Revolucionário Brasileiro, fundado por Armando Zanine Teixeira Júnior. Gangues ligadas ao grupo costumam portar armas brancas e de fogo. Praticam o culto da força física, fazem musculação e treinam artes marciais. Admitem mulheres em suas fileiras.
- Partido Nacionalista Revolucionário Brasileiro (PNRB): Já denominado "Partido Nacional-Socialista Brasileiro" (PNSB). Apesar da denominação, não é reconhecido como um partido político oficial. Foi fundado em 1988 pelo antigo oficial da marinha mercante carioca Armando Zanine Teixeira Júnior. Atua sobretudo no Rio de Janeiro, possuindo ramificações em São Paulo, no Espírito Santo, na Bahia e no Distrito Federal. De ideologia excludente, mantém um discurso calcado em pressupostos ultranacionalistas, xenófobos e anti-semitas. O grupo afirma repudiar o racismo, a discriminação contra nordestinos e a violência dos skinheads, mas possui alguns carecas de dupla militância em suas fileiras.
- Carecas do Brasil: Seus membros atuam no estado do Rio de Janeiro. O grupo é apontado como a facção fluminense dos Carecas do Subúrbio. Como este, afirma não discriminar negros e nordestinos. Estiveram ligados no passado ao Partido Nacionalista Revolucionário Brasileiro. Somam cerca de 50 militantes organizados. Agressivos, perseguem homossexuais, judeus e dependentes químicos. Tornaram-se conhecidos ao protagonizar um violento tumulto durante o show da banda punk Ramones noCanecão, Rio de Janeiro, na noite de 23 de setembro de 1992.
- Ação Integralista Brasileira (AIB): Agremiação com sede oficial no Rio de Janeiro. Reivindica, assim como muitas outras organizações neointegralistas, o título de herdeira legítima da AIB original - organização política fundada por Plínio Salgado em 1932 e extinta por Getúlio Vargas em 1937, após a instauração do Estado Novo. Sua agenda é pautada pelos princípios expressos no Manifesto de Outubro de 1932 e no Manifesto Programa de 1937, elaborados por aquela organização. Também adotou o mesmo lema da doutrina integralista original: "Deus, Pátria e Família". Foi fundada em meados da década de 1990 pelo advogado Arcy Lopes Estella, membro da militância integralista na década de 1930. Mantém relações estreitas com os Carecas do Rio e com outras organizações neointegralistas, como a Frente Integralista Brasileira (FIB), o Movimento Integralista Linearista do Brasil e a Ação Integralista Revolucionária (AIR).
- Soberanos da Revolução (SDR): É um movimento composto por 5 a 8 membros do Rio de Janeiro, provavelmente sediado em São Paulo e que pregam sua doutrina na internet, sendo acessível para todo o público internauta em seus websites. Não pratica atos de violência nem crimes de ódio, no entanto tem ideais ofensivos a diversos grupos. Não se espelham nem se baseiam em nenhuma teoria, visão política ou movimento, tendo uma filosofia única, formada pelo rebusque de diversas opiniões polêmicas. Sua doutrina apresenta ideias anti-patriotas, ateístas, racistas (incluindo aversão a negros, latinos e nipônicos), contrárias a qualquer religião, neonazistas(apesar de não se autoafirmarem explicitamente como tal), homofóbicas, xenófobas (contra migrações nordestinas e bolivianas), elitistas, segregacionistas, potencialmente hedonistas (criticam a aparência de idosos e defendem suicídio em idade avançada), veganas e contra o uso de videogames. Também são a favor do desligamento de máquinas de um indivíduo em estado de eutanásia, contra a transfusão de sangue e doação de órgãos. As teorias mais conhecidas são as da "Síndrome de Cirilo" (teoria racista que condena a dita auto-segregação de negros e suas "manias de perseguição", tratando-as como doenças psicológicas) e as teorias "anti-cariocas", que repudiam o suposto comportamento pouco sutil e indiscreto do povo do Rio de Janeiro, seus desapegos ao trabalho e condenam a influência direta das favelas na vida carioca, como por exemplo com o gosto musical, com a falta de cultura, com a mistura racial, etc., além de fazerem duras críticas à cidade principalmente por sua violência e por sua imagem negativa que traz para o país mundo afora.
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Símbolos Alternativos
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Entrevistas e Matérias
https://www.youtube.com/watch?v=4hoZuUVLt14
https://www.youtube.com/watch?v=ejk1-pbEnyw&feature=youtu.be
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-Opinião-
Fascistas não passarão!