Socialismo:
Teoricamente, as ideias socialistas já existiam muito antes de Marx, geralmente tido em Henri de Saint Simon o primeiro a utilizar o termo "socialismo", então, é como se fosse o marco inicial da teoria, mas não necessariamente o primeiro a cogitar tal ideia. Marx, por outro lado, é visto como o expoente, o maior teórico.
Existiram diversas correntes socialistas, que entravam em conflito com frequência, porém, quando Lenin tornou-se vitorioso, ele impõe a sua corrente e denomina "Comunismo", embora ele mesmo afirme que se trate, ainda, de um sistema socialista. Os estudiosos geralmente denominam essa teoria como "marxismo-leninismo", pois é a visão de Lenin da teoria marxista sendo posta em prática.
Neste momento, surgiram duas grandes linhas de pensamento, a Comunista, já dita acima, e a Social-Democrata, que passou a ser denominada "Socialismo". A diferença entre as duas se dá em como assumir o poder, e nas transformações sociais. Enquanto o Comunismo é declaradamente a favor da revolução, para se implantar um sistema Socialista que culminaria no Comunismo, a Social-Democracia defende que não deve existir revolução, e sim, reformulação.
Como as demais linhas ideológicas estavam fadadas ao fracasso, devido à crise no pós-guerra, por toda a Europa, e o Comunismo passou a ganhar força e a insistir em auxiliar revoluções pelo continente. Para contornar isso, os burgueses resolveram aderir à Social-Democracia com a intenção de acabar com qualquer revolução. Com o passar do tempo, essa ideologia, assim como o partido, tornaram-se claramente de direita.
Um fator que podemos apontar como prova da divisão entre os social-democratas e os comunistas, é o de surgir uma Internacional Socialista e uma Internacional Comunista. No caso, tornaram-se grupos rivais e cada vez mais distintos.
Visto que o Socialismo prático é muito diferente do teórico, vou expôr o que seria, em termos gerais, o socialismo teórico:
- Seria a primeira fase do Comunismo, o momento em que o proletariado vence a burguesia após intenso processo de luta;
- Possui resquícios do capitalismo, pois o rompimento não é total;
- Abolição do Estado burguês e imposição da Ditadura do Proletariado;
- De acordo com as próprias palavras de Lênin "Uma sociedade socialista não é uma sociedade livre";
- Visa acabar com a ideia do Estado futuramente (e se tornaria o Comunismo teórico);
- Usa-se de duas ferramentas ao mesmo tempo: o partido político para expôr suas condições, ao lado da ação intensiva do proletariado;
- O Partido deve captar os anseios da massa, fazer uma síntese e, então, traçar a linha de atuação. Esse processo deve ser constante.
- Basicamente, o poder é das massas, e não de quem dirige o Estado.
- Três pilares: organização, disciplina e centralismo democrático.
Vejam que a diferença entre o socialismo prático com o teórico é gritante. Na teoria, o Socialismo seria um sistema que conduziria o povo para o Comunismo, a ausência total do Estado. Na prática, o Socialismo foi uma vertente de direita do Comunismo, que deu origem à Social-Democracia.
Comunismo:
Como dito acima, o termo foi reutilizado por Marx para diferenciar do Socialismo, entretanto, a questão era apenas para que sua obra não fosse taxada como "apenas outro livro socialista", e sim, informando que ele tinha algo a acrescentar. Tanto é que, conforme passa-se a aceitar a similaridade dos termos, até mesmo Marx os expõe como sendo a mesma coisa, apesar de ele mesmo demonstrar uma diferença.
De modo geral, na teoria, o Comunismo seria a fase final do Socialismo. É o último estágio de desenvolvimento humano.
Algumas das características principais que podemos destacar, são:
- Sem divisão de classes;
- Fim do Estado;
- Igualdade entre os homens;
- Fim da propriedade privada;
- Necessário passar pelo Socialismo;
- Objetivo de internacionalizar;
É interessante observarmos a lógica por trás disso. Marx relata que o Estado existe para manter a condição humana, para que cada grupo mantenha-se em seu papel. Logo, como o comunismo prega a igualdade entre os homens, a divisão de classes acabará. Com isso, o papel do Estado é insignificante, fazendo com que ele deixe de existir. A necessidade de passar pelo Socialismo é a impossibilidade de transformar um sistema totalmente voltado ao privado, para o bem comum, sem algo que possa conduzir essa transformação. Por fim, a internacionalização é o objetivo comum, levar a liberdade a todos os povos.
O Comunismo prático tentou colocar essas ideias em prática, principalmente a internacionalização do movimento. A URSS apoiou as mais diversas revoluções pelo mundo. No período da crise entre-guerras, cogitaram apoiar todas as revoluções que estavam prestes a eclodir. O problema se deu pelo fato de esquecerem das condições específicas de cada país. Logo, as revoluções no entre-guerras não foram adiante.
Com o fracasso das revoluções socialistas/comunistas, ocorreu o crescimento dos movimentos fascistas pelo continente, nosso próximo item.
Fascismo:
Com a crise no momento pós-guerra, o povo europeu passou a voltar os olhos aos regimes totalitaristas, pois, além de serem ricamente influenciados pela burguesia, tinham em seus discursos inimigos, os quais precisavam eliminar, e culpavam tais inimigos pelo problema ao qual os cidadãos estavam passando.
Um ponto a ser destacado, é o que Lima afirma: não existiu apenas um fascismo. Existiram diversos. E aqui eu aproveito para destacar alguns: Nazismo, Guarda de Ferro, União Britânica dos Fascistas, Action Française e Ação Integralista.
O Fascismo era algo fundamentalmente nacional, então, cada povo desenvolveu o seu próprio Fascismo. É por isso, também, que não temos uma "Internacional Fascista", pois um dos pontos fundamentais era justamente o nacionalismo extremista. Outros pontos importantes a serem destacados em tal regime:
- Antiliberalismo;
- Anti-Socialismo;
- Antiparlamentarismo;
- Concepção orgânica de Estado;
- Crítica aos partidos políticos;
- Autoritarismo;
- E, é claro, o já falado nacionalismo extremista.
Ao contrário do que muitos pregam, talvez desprovidos de conhecimento, ou por simples mal-caráter, o fascismo não era contra o capitalismo. Pelo contrário, assumiam que o capitalismo deveria existir, só que com uma ressalva: o Estado precisa gerenciar a economia.
Com a possibilidade de revoluções socialistas/comunistas na Europa, os burgueses apoiaram em massa os regimes fascistas, incluindo o próprio Papa, pois era a ideia conservadora do período que estava em maior destaque.
Por fim, é sempre bom lembrar que não existia o "indivíduo" no regime fascista. Os interesses de cada indivíduo eram os mesmos da pátria. Caso isso não acontecesse, o indivíduo desapareceria da sociedade.
Nazismo:
Como visto acima, o Nazismo foi apenas uma vertente do Fascismo, sendo direcionada para a Alemanha. A diferença se dava mais no contexto em que foi inserido, sendo visto como uma revanche alemã. Além disso, a URSS estava com a intenção de realizar uma revolução na Alemanha, então, para contornar isso, os burgueses, proprietários rurais e oficiais do exército apoiaram massivamente o Nazismo.
Hoje é reconhecido que o apoio empresarial foi o fator fundamental para a vitória Nazista, assim como para sua permanência. Como falar sobre o Nazismo seria, em grande parte, falar do Fascismo, então destacarei os seguintes pontos, como fatores exclusivos deste regime:
- Sentimento de vingança/revanchismo;
- Distinções entre pessoas;
- Antissemitismo.
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